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Sem milho, pequenos criadores do Piauí amargam com prejuízos

Sem milho para alimentar os animais, os pequenos criadores e produtores do Piauí reclamam que não há como manter a produção. Segundo eles, em 2014, os produtores cadastrados no programa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de compra subsidiada de milho, o Vendas em Balcão, receberam o grão apenas uma vez, no mês de junho, enquanto o abastecimento deveria acontecer mensalmente. 
"Nós recebemos apenas a cota de milho do mês de junho. De lá para cá, a diretoria da Conab apenas promete a regularização do estoque de milho para a quinzena ou mês seguinte e isso nunca acontece", afirmou José Salu, presidente da Associação de Criadores e Produtores de Leite da cidade de Cocal.
De acordo com José Salu, a demanda mensal de milho para alimentar os animais é de 60 mil quilos. "Essa quantidade não é a ideal, mas é o que con-sideramos pelo menos razoável para manter os animais e garantir a produção. No entanto, o que recebemos apenas no mês de junho foi apenas 38 mil quilos", explicou ele.
O produtor afirma ainda que, apesar da situação difícil, muitos fazendeiros estão comprando milho de revendedores atacadistas e pequenos armazéns. "Nós estamos fazendo isso para tentar diminuir os prejuízos, mas não temos condições de continuar comprando. É uma situação insustentável", disse. 
PROGRAMA - O programa Vendas em Balcão é da Companhia Nacional de Abastecimento cujo objetivo é permitir o acesso dos criadores e das agroindústrias de pequeno porte, por meio da venda direta dos estoques públicos de diferentes produtos agrícolas, tais como, milho, arroz em casca, trigo e castanha, entre outros. 
Ele tem como clientes os pequenos criadores de aves, suínos, bovinos, caprinos entre outros, incluindo as microagro-indústrias de beneficiamento e a produção de ração.
Através do programa, os criadores e produtores conseguem adquirir o produto a preços acessíveis. 
Devido a falta de grãos na Conab, os produtores ficam impossibilitados de comprar os produtos com um valor abaixo do preço de mercado.
Segundo José Salu, um saco de milho, com 60 kg, custa de R$ 40 a R$ 50. Se houvesse abastecimento regular de grãos, através do subsídio do Governo, por meio da Conab, os produtores poderiam comprar essa mesma quantidade por apenas R$ 24. Os prejuízos afetam a criação dos animais.

fonte: diário do povo